Filipe Villegas
Estrategista de Ações
O cenário internacional foi marcado por volatilidade elevada, especialmente nos mercados americanos, onde o debate sobre valorização das empresas de tecnologia e inteligência artificial ganhou protagonismo. O Nasdaq recuou mais de 5% em determinado momento, a maior queda desde agosto, com questionamentos crescentes sobre o retorno dos investimentos bilionários em infraestrutura de IA.
Empresas como Oracle viram seus spreads de crédito dispararem, e pela primeira vez desde o início da pesquisa, 20% dos gestores consultados pelo Bank of America indicaram acreditar que há excesso de investimento corporativo, sinalizando mudança relevante no sentimento do mercado.
O mercado de trabalho americano mostrou sinais adicionais de enfraquecimento, com dados do ADP mostrando contração de vagas pela primeira vez desde 2020 e avisos de demissões em massa atingindo níveis recordes para outubro. O índice de confiança do consumidor recuou para o segundo menor nível desde abril.
A probabilidade de corte de juros pelo Fed em dezembro oscilou dramaticamente, partindo de patamares superiores a 90% no início de novembro, caindo para 40% em meados do mês, e encerrando próxima a 80% após falas dovish de membros do Fed. O shutdown governamental de 50 dias criou apagão de dados econômicos, amplificando a incerteza.
O dólar oscilou entre 99,5 e 100 pontos no DXY sem definir tendência clara, refletindo forças contraditórias, e a discussão sobre possível nomeação de Kevin Hassett para presidência do Fed ganhou força, sendo interpretada como claramente dovish e podendo acelerar o ciclo de afrouxamento monetário americano.
O Federal Reserve enfrentou um dos meses mais desafiadores do ano em termos de definição da política monetária. O apagão de dados causado pelo shutdown de 50 dias privou a autoridade de informações cruciais, enquanto sinais contraditórios emanavam da economia: de um lado, o ADP mostrando contração de vagas pela primeira vez desde 2020 e avisos de demissões em massa em níveis recordes; de outro, inflação resiliente acima de 2,5% e o GDPNow do Fed de Atlanta indicando crescimento de 4,23%, bem acima do consenso de 2,8%. A probabilidade de corte em dezembro oscilou dramaticamente, partindo de 92% no início do mês, caindo para 40% em meados de novembro, e recuperando para 80% após falas dovish de membros influentes.
A confiança do consumidor despencou para 88,7 contra projeção de 93,3, atingindo o segundo menor nível desde abril, enquanto as vendas no varejo de setembro subiram apenas 0,8% na comparação anual contra estimativa de 2%. Grandes varejistas como Home Depot e Target revisaram suas projeções de lucro para baixo, citando fraqueza persistente da demanda. A discussão sobre valorização das empresas de tecnologia e inteligência artificial ganhou protagonismo, com spreads de crédito da Oracle disparando de 45 para 90 pontos-base. Pela primeira vez, 20% dos gestores consultados pelo Bank of America acreditam haver excesso de investimento corporativo, e o Nasdaq apresentou correção de mais de 5%, a maior queda desde agosto.
Estados Unidos:nas últimas semanas de outubro, investidores começaram a se preparar para um possível “pivot do Fed”, que podemos traduzir como decisões de política monetária menos duras “dovish”. A primeira semana de novembro, quando teremos a reunião do FOMC, será essencial para o mercado confirmar essa tese. Nossa opinião é que existe uma boa possibilidade desse movimento ocorrer, o que seria positivo para ativos de risco, como ações e criptoativos. Porém, além da decisão do FOMC, é necessário que os dados da inflação e do mercado de trabalho contribuam para isso. Apesar dessa possível sinalização, ainda não estamos otimistas com todos os setores americanos. Assim, deveremos ser seletivos nas escolhas. A mudança da narrativa da inflação para a da recessão poderá possibilitar a abertura de oportunidades, mas que devem ser executadas com cautela.
O posicionamento em ativos internacionais requer cautela seletiva após novembro ter trazido correções relevantes em tecnologia e criptoativos. Nossa exposição a ações americanas via BDRs ou ETFs permanece relativamente modesta, com foco em seletividade extrema ao invés de exposição ampla ao índice. Mais de 47% das empresas do S&P 500 discutiram usos de IA focados em produtividade durante a temporada de resultados do terceiro trimestre, mas investidores agora buscam os próximos beneficiários.
O ouro valorizou mais de 60% no ano e atingiu recordes acima de 4.200 dólares por onça, e mantemos exposição significativa ao metal, mas reconhecemos que após movimento tão expressivo, novas alocações devem ser mais cautelosas. Produtos estruturados envolvendo ouro com capital garantido oferecem forma interessante de manter exposição ao potencial de valorização enquanto limita risco de queda.
A estratégia para renda fixa combina duration doméstica via IPCA+ longos com papéis de 2060 em 7,05%, representando uma das melhores oportunidades risk-reward do portfólio com possibilidade de ganho de marcação a mercado em cenário de alternância de poder.
A carteira BDR 5+ apresentou uma baixa de -3,96% no mês de novembro. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho negativo de -2,41%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade alta de -2,31% contra uma alta de 4,96%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de novembro, saíram as ações da Palantir Technologies (P2LT34), Alibaba (BABA34), Micron Technology (MUTC34) e Taiwan Semiconductor (TSMC34). Com Inclusão das ações da Intel (ITLC34), Caterpillar (CATP34), Nu Holdings (ROXO34) e Citigroup (CTGP34).
A Carteira BDR 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de BDRs Não Patrocinados-GLOBAL (BDRX) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas BDRs de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolhas.
A carteira RF+ apresentou uma alta de 1,49% no mês de novembro. No mesmo período, o CDI obteve um desempenho positivo de 1,00%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 13,60% contra uma alta de 12,88%, no mesmo período, do CDI. Em relação ao mês de novembro, não houve trocas na composição.

Data base da informação: 02/2022. Rentabilidade passada não apresenta garantia de rentabilidade futura. A rentabilidade divulgada já é líquida da taxa de administração, mas não é líquida de impostos (IR e IOF), exceto para os Fundos de Debêntures Incentivadas. Leia sempre o prospecto e o regulamento antes de investir. Fundos de investimento não contam com garantia do administrador, do gestor, de qualquer mecanismo de seguro ou Fundo Garantidor de Crédito - FGC. Para a avaliação da performance de um fundo de investimento, é recomendável a análise de, no mínimo, 12 (doze) meses.