Filipe Villegas
Estrategista de Ações
Acompanhe o conteúdo e veja as melhores ações para investir em outubro de 2024.
As ações no Brasil apresentaram um desempenho abaixo da média global, mesmo com o início do corte de juros nos EUA e a nova rodada de estímulos na China. Essa performance negativa foi impulsionada por uma deterioração dos fundamentos locais, marcada pela alta dos juros e pela percepção negativa quanto à situação fiscal. Diante desse cenário, estamos realizando trocas pontuais e mantendo uma postura conservadora em nossas recomendações, buscando preservar o capital em um ambiente mais desafiador.
O Ibovespa está sendo negociado a 7,9x P/L projetado para os próximos 12 meses, em comparação à sua média histórica de 10,9x, representando um desconto de 28%. Excluindo Petrobras e Vale, o índice apresenta um P/L de 10,1x, abaixo da média histórica de 12,2x, com um desconto de 17%.
As ações de empresas ligadas à economia doméstica estão sendo negociadas a 9,3x P/L projetado, também abaixo da média histórica de 12,0x, com um desconto de 22%. Quando analisamos as empresas exportadoras, essas estão sendo negociadas a 7,1x P/L projetado, inferior à média de 9,8x, com um desconto de 28%.
Já as Small Caps estão sendo negociadas a 9,4x P/L projetado, muito abaixo da média histórica de 14,2x, refletindo um desconto de 34%. Esses dados evidenciam uma assimetria positiva nas ações brasileiras, sugerindo oportunidades atrativas, especialmente para investidores focados em empresas menores e exportadoras.
Em setembro de 2024, vários eventos contribuíram para uma maior volatilidade na curva de juros no Brasil. O principal fator foi a elevação da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano. Essa decisão reflete as preocupações do Banco Central com a inflação, que permanece acima da meta de 3%, além do cenário fiscal incerto. O mercado agora espera novos aumentos nos juros, com previsões de que a Selic pode chegar a 11,75% até o final do ano, impulsionada pela expectativa de uma inflação de 4,37% em 2024. Para 2025, estima-se que a Selic fique em torno dos 12,5% ao ano.
Outro ponto importante foi o impacto das expectativas de inflação e crescimento do PIB. Embora a inflação ainda esteja acima da meta, o PIB projetado para 2024 se mantém em 3%, e para 2025, a expectativa de crescimento foi ajustada levemente para 1,92%. O aumento dos gastos públicos e a elevação da dívida pública criam uma percepção de risco para o cenário fiscal, o que influencia diretamente as expectativas para a política monetária.
Esses fatores somados levaram os analistas a revisar as expectativas de juros para 2024, com a mediana das projeções agora apontando para aumentos mais expressivos nos próximos meses.
Estados Unidos:nas últimas semanas de outubro, investidores começaram a se preparar para um possível “pivot do Fed”, que podemos traduzir como decisões de política monetária menos duras “dovish”. A primeira semana de novembro, quando teremos a reunião do FOMC, será essencial para o mercado confirmar essa tese. Nossa opinião é que existe uma boa possibilidade desse movimento ocorrer, o que seria positivo para ativos de risco, como ações e criptoativos. Porém, além da decisão do FOMC, é necessário que os dados da inflação e do mercado de trabalho contribuam para isso. Apesar dessa possível sinalização, ainda não estamos otimistas com todos os setores americanos. Assim, deveremos ser seletivos nas escolhas. A mudança da narrativa da inflação para a da recessão poderá possibilitar a abertura de oportunidades, mas que devem ser executadas com cautela.
Em setembro, o mercado acionário brasileiro registrou uma saída de capital estrangeiro de R$ 903 milhões, contrastando com o mês anterior, quando houve uma entrada significativa de R$ 10 bilhões. Com essa saída, o saldo de capital estrangeiro acumulado no ano chegou a R$ 27,9 bilhões negativos até o dia 26 de setembro.
Quanto ao investidor local, o investidor institucional também apresentou uma saída de R$ 1,7 bilhão em setembro, após uma saída substancial de R$ 16,5 bilhões no mês anterior. No acumulado do ano, o saldo dos institucionais está negativo em R$ 23,1 bilhões.
Por outro lado, o investidor pessoa física manteve uma postura mais ativa, com uma entrada de R$ 2,1 bilhões em setembro, elevando o saldo acumulado no ano para R$ 22,1 bilhões positivos.
(1) Empresas Exportadoras: Aumentamos marginalmente nossa exposição em commodities diante do anúncio de uma nova rodada de estímulos na China, que poderá impulsionar a demanda por commodities. Este movimento pode beneficiar ações de exportadoras que operam nesse segmento.
(2) Empresas Domésticas: Diante da deterioração dos fundamentos no Brasil, embora as empresas domésticas ainda componham a maior parte do portfólio, estamos focando em setores mais defensivos e com melhor momento dentro do ciclo microeconômico. Reconhecemos o potencial de valorização dessas empresas, mas mantemos uma postura conservadora em relação a novas alocações, buscando minimizar riscos.
Diante dos desafios atuais no cenário brasileiro, estamos adotando uma estratégia mais conservadora para nosso portfólio, com foco em empresas de grande capitalização, alta liquidez e betas menores do que 1, que indicam menor volatilidade. Além disso, estamos priorizando companhias cujo ciclo microeconômico está mais favorável, sinalizando melhores resultados para os próximos trimestres.
Apesar de vermos potencial de valorização impulsionado pela queda dos juros nos EUA e pela nova rodada de estímulos na China, que podem ser grandes catalisadores para as ações locais, o cenário de juros elevados no Brasil e a desconfiança em relação à condução da política fiscal justificam nossa postura de cautela.
A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma baixa de -5,23% no mês de setembro. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho negativo de -3,08%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -19,81% contra uma baixa de -1,77% do Ibovespa. Em relação ao mês de setembro, saíram as ações da Banco do Brasil (BBAS3), Kepler Weber (KEPL3), Petrobras PN (PETR4) e Vulcabras (VULC3). Com Inclusão das ações da CPFL Energia (CPFE3), GPS Participações (GGPS3), JBS (JBSS3) e Sanepar (SAPR11).
A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 25 milhões e pertencentes ao IBRA (Ìndice Brasil Amplo) fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma baixa de -2,70% no mês de setembro. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho negativo de -3,08%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -21,65% contra uma baixa de -1,77% do Ibovespa. Em relação ao mês de setembro, saíram as ações da Cemig (CMIG4) e Petrobras PN (PETR4). Com Inclusão das ações da Engie (EGIE3) e Sabesp (SBSP3).
A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões e pertencentes ao Ibovespa fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Small Caps 8+ apresentou uma baixa de -0,48% no mês de setembro. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -4,41%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -17,97% contra uma baixa de -13,67%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de setembro, saíram as ações da Direcional (DIRR3) e Orizon (ORVR3). Com Inclusão das ações da Banrisul (BRSR6) e Tupy (TUPY3).
A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações pertencentes ao Índice de Small Caps (SMAL) e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolha.
A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma baixa de -8,02% no mês de setembro. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -4,41%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -22,48% contra uma baixa de -13,67%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de setembro, saíram as ações da Kepler Weber (KEPL3), Moura Dubeux (MDNE3) e Neogrid (NGRD3). Com Inclusão das ações da Desktop (DESK3), Melnick (MELK3) e Tegma (TGMA3).
A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.
A carteira Dividendos 5+ apresentou uma baixa de -6,09% no mês de setembro. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho negativo de -0,72%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -11,64% contra uma alta de 4,25%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de setembro, saíram as ações da Caixa Seguridade (CXSE3) e Petrobras PN (PETR4). Com Inclusão das ações da Itaú Unibanco (ITUB4) e Porto Seguro (PSSA3).
A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos (IDIV) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Dividendos (IDIV) fazem parte do universo de seleção.
A carteira ESG 5+ apresentou uma baixa de -6,25% no mês de setembro. No mesmo período, o Índice de Sustentabilidade (ISE) obteve um desempenho negativo de -2,62%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -19,32% contra uma baixa de -4,63%, no mesmo período, do Índice de Sustentabilidade (ISE). Em relação ao mês de setembro, saíram as ações da B3 (B3SA3). Com Inclusão das ações da Wilson Sons (PORT3).
A Carteira ESG 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de Sustentabilidade (ISEE) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Sustentabilidade (ISEE) fazem parte do universo de seleção.
A carteira BDR 5+ apresentou uma alta de 1,35% no mês de setembro. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho negativo de -0,21%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade alta de 34,72% contra uma alta de 41,96%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de setembro, saíram as ações da Pfizer (PFIZ34) e Nu Holdings (ROXO34). Com Inclusão das ações da Alibaba Group (BABA34) e Coinbase (C2OI34).
Para o mês de outubro de 2024, recomendamos compra de Ishares BOVA (BOVA11), Nu Renda Ibov Smart Dividendos (NDIV11), Hashdex Nasdaq Crypto Index FI (HASH11), Ouro (GOLD11) e China (XINA11), com alocação de 20% para cada ativo. No mês de setembro de 2024, a Carteira de ETF MACRO recuou 0,75% contra o Ibovespa que apresentou queda de -3,08% no mesmo período.
A Carteira ETF MACRO tem por objetivo superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo. Mensalmente, recomendaremos até 5 ETFs, todos com o mesmo peso na carteira. Essa estratégia permite ao investidor se expor em diversos ativos globais, permitindo uma diversificação geográfica em dólar.
Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. (Fonte: B3)
Data base da informação: 02/2022. Rentabilidade passada não apresenta garantia de rentabilidade futura. A rentabilidade divulgada já é líquida da taxa de administração, mas não é líquida de impostos (IR e IOF), exceto para os Fundos de Debêntures Incentivadas. Leia sempre o prospecto e o regulamento antes de investir. Fundos de investimento não contam com garantia do administrador, do gestor, de qualquer mecanismo de seguro ou Fundo Garantidor de Crédito - FGC. Para a avaliação da performance de um fundo de investimento, é recomendável a análise de, no mínimo, 12 (doze) meses.