Filipe Villegas
Estrategista de Ações
Acompanhe o conteúdo e veja as melhores ações para investir em novembro de 2024.
Após o início do afrouxamento monetário nos EUA em setembro, outubro trouxe mudanças de narrativa para o mercado, impulsionadas pelas expectativas de uma possível vitória de Donald Trump nas eleições americanas. Esse cenário fortaleceu o dólar global e resultou na abertura da curva de juros nos EUA. O movimento foi acompanhado por uma temporada de balanços aquém das expectativas para grandes empresas americanas, embora a economia dos EUA ainda apresente sinais de robustez.
No Brasil, além dos impactos dos fatores globais, houve uma piora no sentimento em relação à questão fiscal doméstica, o que pressionou negativamente os ativos locais. Em meio a esses cenários, estamos nos posicionando para aproveitar os preços atrativos dos ativos brasileiros, considerando a possibilidade de algum anúncio positivo sobre o ajuste fiscal no Brasil e a expectativa de bons resultados na próxima temporada de balanços para a maioria das empresas.
O Ibovespa atualmente é negociado a 7,7 vezes o P/L projetado para os próximos 12 meses, representando um desconto de 29% em relação à sua média histórica de 10,9 vezes. Excluindo as ações de Petrobras e Vale, o índice registra um múltiplo de 9,7 vezes o P/L projetado, ainda abaixo de sua média histórica de 12,2 vezes e refletindo um desconto de 20%.
As ações de empresas ligadas à economia doméstica estão sendo negociadas a 9,0 vezes o P/L projetado para os próximos 12 meses, o que significa um desconto de 25% em relação à média histórica de 12,0 vezes. Quando analisamos exclusivamente as empresas exportadoras, esses papéis são negociados a 7,2 vezes o P/L projetado, também abaixo da média histórica de 9,8 vezes, com desconto de 26%.
No caso das Small Caps, o desconto é ainda mais acentuado: essas empresas estão sendo negociadas a 9,0 vezes o P/L projetado para os próximos 12 meses, enquanto a média histórica é de 14,2 vezes, indicando um desconto de 37%.
Os ruídos em torno das próximas medidas de ajuste fiscal—ou a ausência delas—permanecem como o principal ponto de atenção dos investidores. Essa incerteza tem impulsionado a alta do dólar, amparada pelo fortalecimento global da moeda americana, e mantido as taxas de juros locais em patamares elevados, reflexo também da alta nos rendimentos das Treasuries dos EUA.
As expectativas de inflação de curto prazo no Brasil seguem desancoradas e em trajetória de alta. Esse cenário sugeriria que o Banco Central do Brasil (BCB) continue elevando a taxa de juros, mas o mercado já precifica uma Selic terminal em torno de 13,5%.
Em outubro, com o término das eleições municipais, houve uma maior presença de vitórias do centro e da direita, o que enfraqueceu o apoio à esquerda. Esse panorama levou os investidores a aguardarem com expectativa um pacote de ajuste fiscal ou novas medidas de controle de gastos, que podem ser cruciais para a direção dos ativos brasileiros nos próximos meses.
Curiosamente, a bolsa local tem se mostrado resiliente, não apresentando quedas significativas, apesar das pressões nos mercados de juros e câmbio e tendência de baixa do Ibovespa. Isso transmite duas mensagens importantes:
Primeiro, o cenário externo é relevante: um dólar forte, juros em alta e uma bolsa americana em ascensão acabam se refletindo no mercado brasileiro. Segundo, o mercado local encontra suporte em suas valuações atrativas, posição técnica saudável e resultados corporativos robustos.
O governo é esperado para anunciar medidas de ajuste fiscal que, embora possam não resolver os problemas estruturais do país, podem ser suficientes para estabilizar o mercado no curto prazo. No entanto, a direção dos mercados internacionais continuará a exercer forte influência sobre os ativos brasileiros.
Estados Unidos:nas últimas semanas de outubro, investidores começaram a se preparar para um possível “pivot do Fed”, que podemos traduzir como decisões de política monetária menos duras “dovish”. A primeira semana de novembro, quando teremos a reunião do FOMC, será essencial para o mercado confirmar essa tese. Nossa opinião é que existe uma boa possibilidade desse movimento ocorrer, o que seria positivo para ativos de risco, como ações e criptoativos. Porém, além da decisão do FOMC, é necessário que os dados da inflação e do mercado de trabalho contribuam para isso. Apesar dessa possível sinalização, ainda não estamos otimistas com todos os setores americanos. Assim, deveremos ser seletivos nas escolhas. A mudança da narrativa da inflação para a da recessão poderá possibilitar a abertura de oportunidades, mas que devem ser executadas com cautela.
Em outubro, o mercado acionário brasileiro registrou mais uma saída de capital estrangeiro, somando quase R$ 2 bilhões. Com essa retirada, o saldo de capital estrangeiro acumulado no ano atingiu um negativo de R$ 30,6 bilhões até o dia 29 de outubro.
Entre os investidores locais, o investidor institucional também registrou uma saída de R$ 2,3 bilhões em outubro, após uma retirada significativa de R$ 1,4 bilhão no mês anterior, marcando seis meses consecutivos de saídas do segmento institucional. No acumulado do ano, o saldo desse grupo está negativo em R$ 25,1 bilhões.
Por outro lado, o investidor pessoa física manteve uma postura compradora, com uma entrada de R$ 1,9 bilhão em outubro, após ter investido R$ 2,3 bilhões em setembro, elevando o saldo acumulado no ano para R$ 24,2 bilhões positivos.
(1) Empresas Exportadoras: Mantivemos nossa exposição em commodities devido à ausência de novidades relevantes sobre a China. O mercado já espera que, em caso de vitória de Donald Trump nas eleições americanas, uma nova rodada de anúncios fiscais possa ser direcionada ao estímulo da economia chinesa, o que teria potencial para impulsionar as cotações das commodities.
(2) Empresas Domésticas: Frente à deterioração dos fundamentos no Brasil, mantemos as empresas domésticas como maior parte do portfólio, mas com foco em setores mais defensivos e com melhor momento no ciclo microeconômico. Reconhecemos o potencial de valorização dessas empresas, porém, adotamos uma postura conservadora para novas alocações, priorizando a mitigação de riscos. A maioria das trocas realizadas no mês teve como objetivo buscar ganhos diferenciados, especialmente aqueles que podem ser alavancados pela temporada de balanços.
Diante dos desafios atuais no cenário brasileiro, estamos adotando uma estratégia mais conservadora para nosso portfólio, com foco em empresas de grande capitalização, alta liquidez e betas menores do que 1, que indicam menor volatilidade. Além disso, estamos priorizando companhias cujo ciclo microeconômico está mais favorável, sinalizando melhores resultados para os próximos trimestres.
Apesar de vermos potencial de valorização impulsionado pela queda dos juros nos EUA e pela nova rodada de estímulos na China, que podem ser grandes catalisadores para as ações locais, o cenário de juros elevados no Brasil e a desconfiança em relação à condução da política fiscal justificam nossa postura de cautela.
A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma baixa de -1,78% no mês de outubro. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho negativo de -1,60%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -21,22% contra uma baixa de -3,33% do Ibovespa. Em relação ao mês de outubro, saíram as ações da BTG Pactual (BPAC11), BR Partners (BRBI11), CPFL Energia (CPFE3), GPS Participações (GGPS3) e Sanepar (SAPR11). Com Inclusão das ações da Direcional (DIRR3), Irani (RANI3), Taesa (TAEE11), Tenda (TEND3) e Três Tentos (TTEN3).
A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 25 milhões e pertencentes ao IBRA (Ìndice Brasil Amplo) fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma baixa de -1,99% no mês de outubro. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho negativo de -1,60%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -23,15% contra uma baixa de -3,33% do Ibovespa. Em relação ao mês de outubro, saíram as ações da Banco do Brasil (BBAS3) e CPFL Energia (CPFE3). Com Inclusão das ações da JBS (JBSS3) e Taesa (TAEE11).
A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões e pertencentes ao Ibovespa fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Small Caps 8+ apresentou uma alta de 0,29% no mês de outubro. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -1,37%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -17,71% contra uma baixa de -14,85%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de outubro, saíram as ações da Sanepar (SAPR11) e Tupy (TUPY3). Com Inclusão das ações da Lavvi (LAVV3) e Orizon (ORVR3).
A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações pertencentes ao Índice de Small Caps (SMAL) e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolha.
A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma alta de 2,46% no mês de outubro. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho negativo de -1,37%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -20,58% contra uma baixa de -14,85%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de outubro, saíram as ações da Bemobi (BMOB3), BR Partners (BRBI11) e Desktop (DESK3). Com Inclusão das ações da Moura Dubeux (MDNE3), Panvel (Dimed) (PNVL3) e Tenda (TEND3).
A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.
A carteira Dividendos 5+ apresentou uma alta de 2,16% no mês de outubro. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho negativo de -1,72%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -9,73% contra uma alta de 2,45%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de outubro, saíram as ações da Cury (CURY3) e Unipar (UNIP6). Com Inclusão das ações da Direcional (DIRR3) e JBS (JBSS3).
A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos (IDIV) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Dividendos (IDIV) fazem parte do universo de seleção.
A carteira ESG 5+ apresentou uma baixa de -2,74% no mês de outubro. No mesmo período, o Índice de Sustentabilidade (ISE) obteve um desempenho negativo de -2,48%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade negativa de -21,50% contra uma baixa de -6,99%, no mesmo período, do Índice de Sustentabilidade (ISE). Em relação ao mês de outubro, saíram as ações da Rumo (RAIL3). Com Inclusão das ações da Copel (CPLE6).
A Carteira ESG 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de Sustentabilidade (ISEE) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Sustentabilidade (ISEE) fazem parte do universo de seleção.
A carteira BDR 5+ apresentou uma alta de 5,54% no mês de outubro. No mesmo período, o Índice de BDRs (BDRX) obteve um desempenho positivo de 5,73%. No ano de 2024 a carteira apresenta rentabilidade alta de 42,18% contra uma alta de 50,09%, no mesmo período, do Índice de BDRs (BDRx). Em relação ao mês de outubro, saíram as ações da Alibaba (BABA34) e Nike (NIKE34). Com Inclusão das ações da Berkshire Hathaway (BERK34) e Coca Cola (COCA34).
Para o mês de novembro de 2024, recomendamos compra de Ishares BOVA (BOVA11), Nu Renda Ibov Smart Dividendos (NDIV11), Hashdex Nasdaq Crypto Index FI (HASH11), Ouro (GOLD11) e Ishares SMAL (SMAL11), com alocação de 20% para cada ativo. No mês de outubro de 2024, a Carteira de ETF MACRO avançou 4,67% contra o Ibovespa que apresentou queda de -1,60% no mesmo período.
A Carteira ETF MACRO tem por objetivo superar o desempenho do Ibovespa no longo prazo. Mensalmente, recomendaremos até 5 ETFs, todos com o mesmo peso na carteira. Essa estratégia permite ao investidor se expor em diversos ativos globais, permitindo uma diversificação geográfica em dólar.
Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. (Fonte: B3)
Data base da informação: 02/2022. Rentabilidade passada não apresenta garantia de rentabilidade futura. A rentabilidade divulgada já é líquida da taxa de administração, mas não é líquida de impostos (IR e IOF), exceto para os Fundos de Debêntures Incentivadas. Leia sempre o prospecto e o regulamento antes de investir. Fundos de investimento não contam com garantia do administrador, do gestor, de qualquer mecanismo de seguro ou Fundo Garantidor de Crédito - FGC. Para a avaliação da performance de um fundo de investimento, é recomendável a análise de, no mínimo, 12 (doze) meses.