Filipe Villegas
Estrategista de Ações
Acompanhe o conteúdo e veja as melhores ações para investir em julho de 2025.
Os fluxos internacionais têm ditado o ritmo da bolsa brasileira, que vem superando desafios políticos e fiscais internos. Mesmo em um ambiente doméstico complexo, os ativos locais mostram resiliência e colocam o Brasil entre os destaques dos mercados emergentes. A inflação dá sinais de arrefecimento, mas o Banco Central mantém uma postura cautelosa, enquanto a atividade econômica segue aquecida, sustentando o otimismo dos investidores estrangeiros.
O Ibovespa negocia atualmente a 8 vezes o lucro projetado para os próximos 12 meses, patamar ainda bem abaixo da média histórica de 10,6 vezes, o que reforça a atratividade relativa da bolsa brasileira. Entre os principais grupos de ações, as exportadoras se destacam com múltiplo de 6,9 vezes, um desconto de 30 % em relação à média histórica de 9,9 vezes, reflexo de fatores externos que seguem pressionando esse segmento.
Nas small caps, o P / L projetado está em 10,2 vezes, cerca de 27 % abaixo da média histórica de 14,0 vezes, evidenciando que as empresas de menor capitalização continuam descontadas, mesmo após a recente recuperação do mercado. No universo de mid e large caps, o múltiplo de 7,8 vezes representa um desconto de 23 % sobre a média de 10,2 vezes, sinal de que há espaço para reprecificação também entre as companhias de maior porte.
A economia brasileira segue superaquecida, com o IBC-Br confirmando um segundo trimestre bastante robusto. A taxa de desemprego permanece em mínimas históricas, enquanto a massa salarial real continua em alta. Esse vigor, porém, tem um custo: o déficit em transações correntes subiu para 3,3 % do PIB em 12 meses até maio, influenciado pelo avanço das importações, o que revela uma demanda interna aquecida que a produção local não consegue atender.
Mesmo com a atividade forte, a inflação continua no radar. O IPCA de maio e o IPCA-15 vieram abaixo das projeções, com núcleos mais benignos, e o IGP-M de junho registrou deflação. Ainda assim, o Banco Central mantém uma postura firme, elevando a Selic para 15 % em junho e indicando que os juros devem ficar altos por um período prolongado, já que as expectativas de inflação superam a meta até 2027.
No campo político, a popularidade do governo Lula segue em queda e o Congresso evidenciou sua força ao derrubar o decreto do IOF, impondo uma derrota importante ao Executivo. Esse episódio expõe a fragilidade política do governo e limita a adoção de medidas econômicas fora do consenso. O quadro fiscal continua delicado, com o Brasil exibindo a maior deterioração nas projeções de déficit entre os países emergentes.
Estados Unidos:nas últimas semanas de outubro, investidores começaram a se preparar para um possível “pivot do Fed”, que podemos traduzir como decisões de política monetária menos duras “dovish”. A primeira semana de novembro, quando teremos a reunião do FOMC, será essencial para o mercado confirmar essa tese. Nossa opinião é que existe uma boa possibilidade desse movimento ocorrer, o que seria positivo para ativos de risco, como ações e criptoativos. Porém, além da decisão do FOMC, é necessário que os dados da inflação e do mercado de trabalho contribuam para isso. Apesar dessa possível sinalização, ainda não estamos otimistas com todos os setores americanos. Assim, deveremos ser seletivos nas escolhas. A mudança da narrativa da inflação para a da recessão poderá possibilitar a abertura de oportunidades, mas que devem ser executadas com cautela.
Em junho, o mercado acionário brasileiro recebeu mais uma entrada líquida de capital estrangeiro, somando R$ 4,2 bilhões até o dia 26 e elevando o fluxo acumulado no ano para mais de R$ 25 bilhões.
Enquanto isso, os investidores institucionais locais registraram saída líquida de R$ 7,2 bilhões, o que leva as retiradas de 2025 a R$ 28,8 bilhões, caso se confirme, será o décimo quarto mês consecutivo de esvaziamento, totalizando R$ 67,4 bilhões nos últimos doze meses.
Os investidores pessoa física mantiveram o ritmo comprador, com entrada de R$ 2 bilhões pelo terceiro mês seguido, o saldo de 2025 chega a R$ 6,4 bilhões e reforça a presença consistente do investidor doméstico na bolsa.
Os principais índices do mercado brasileiro estão sendo negociados próximos ao segundo desvio padrão acima da média de seis meses. Esse nível técnico indica que ainda há espaço para valorização, mas de forma mais limitada.
Para quem está pensando em entrar agora, o momento exige cautela, já que a assimetria do mercado está ligeiramente mais negativa. O potencial de retorno começa a diminuir em relação ao risco assumido. Assim, o investidor tem a opção de fazer aportes menores ou escolher por ações com maior potencial de retorno elevando o risco da carteira.
O real segue como a moeda de melhor carrego ajustado à volatilidade, sustentando o interesse dos investidores estrangeiros no Brasil. Esse fluxo constante de capital para a bolsa reforça nosso otimismo com as ações domésticas. A expectativa de que o Federal Reserve inicie um ciclo de cortes de juros favorece ainda mais esse cenário, pois o Banco Central brasileiro tende a acompanhar o movimento em algum momento, o que deve aliviar a pressão sobre os juros locais. Com custos de financiamento menores e entrada adicional de recursos, vemos espaço para uma valorização do mercado acionário brasileiro.
A carteira Ibovespa 10+ apresentou uma baixa de -1,29% no mês de junho. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 1,33%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 21,73% contra uma alta de 15,44% do Ibovespa. Em relação ao mês de junho, saíram as ações da Alupar (ALUP11), CPFL Energia (CPFE3), Energisa (ENGI11), Marfrig (MRFG3), Localiza (RENT3), Sabesp (SBSP3) e Unipar (UNIP6). Com Inclusão das ações da BTG Pactual (BPAC11), Copel (CPLE6), Fras-le (FRAS3), Neoenergia (NEOE3), Sanepar (SAPR11), Tenda (TEND3) e Três Tentos (TTEN3).
A Carteira Ibovespa 10+ tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão e pertencentes ao IBRA (Índice Brasil Amplo) fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Ibovespa 5+ apresentou uma alta de 1,25% no mês de junho. No mesmo período, o Ibovespa obteve um desempenho positivo de 1,33%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 18,77% contra uma alta de 15,44% do Ibovespa. Em relação ao mês de junho, saíram as ações da Cemig (CMIG4), Caixa Seguridade (CXSE3) e SLC Agricola (SLCE3). Com Inclusão das ações da Direcional (DIRR3), Porto Seguro (PSSA3) e Suzano (SUZB3).
A Carteira Ibovespa 5+ é divulgada mensamente no jornal Valor Econômico, e tem por objetivo superar a performance do Ibovespa no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 5 milhões e pertencentes ao Ibovespa fazem parte do universo de escolhas.
A carteira Small Caps 8+ apresentou uma alta de 8,13% no mês de junho. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho positivo de 1,04%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 26,92% contra uma alta de 26,43%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de junho, saíram as ações da BR Partners (BRBI11) e Petroreconcavo (RECV3). Com Inclusão das ações da Petro Rio (PRIO3) e Tegma (TGMA3).
A Carteira Small Caps 8+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações pertencentes ao Índice de Small Caps (SMAL) e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 3 milhões fazem parte do universo de escolha.
A carteira Micro Caps 5+ apresentou uma baixa de -9,85% no mês de junho. No mesmo período, o índice Small (SMLL) obteve um desempenho positivo de 1,04%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 18,31% contra uma alta de 26,43%, no mesmo período, do índice Small (SMLL). Em relação ao mês de junho, saíram as ações da Armac (ARML3), BR Partners (BRBI11) e CM Hospitalar (VVEO3). Com Inclusão das ações da Moura Dubeux (MDNE3), Panvel (Dimed) (PNVL3) e Wiz Seguros (WIZC3).
A Carteira Micro Caps 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Small (SMLL) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas cujo valor de mercado é de até R$ 2 bilhões e com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 1 milhão fazem parte do universo de escolha.
A carteira Dividendos 5+ apresentou uma alta de 1,94% no mês de junho. No mesmo período, o Índice Dividendos (IDIV) obteve um desempenho positivo de 1,76%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 27,11% contra uma alta de 13,71%, no mesmo período, do Índice Dividendos (IDIV). Em relação ao mês de junho, saíram as ações da Caixa Seguridade (CXSE3) e Direcional (DIRR3). Com Inclusão das ações da Itaú Unibanco (ITUB4) e Lavvi (LAVV3).
A Carteira Dividendos 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice Dividendos (IDIV) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Dividendos (IDIV) fazem parte do universo de seleção.
A carteira ESG 5+ apresentou uma alta de 3,57% no mês de junho. No mesmo período, o Índice de Sustentabilidade (ISE) obteve um desempenho positivo de 1,82%. No ano de 2025 a carteira apresenta rentabilidade positiva de 16,57% contra uma alta de 25,53%, no mesmo período, do Índice de Sustentabilidade (ISE). Em relação ao mês de junho, não houve alteração na carteira.
A Carteira ESG 5+ tem por objetivo superar a performance do Índice de Sustentabilidade (ISEE) no longo prazo, onde, por critério de escolha, apenas ações de empresas com volume financeiro médio nos últimos 3 meses, superiores à R$ 10 milhões e pertencentes ao Índice de Sustentabilidade (ISEE) fazem parte do universo de seleção.
Data base da informação: 02/2022. Rentabilidade passada não apresenta garantia de rentabilidade futura. A rentabilidade divulgada já é líquida da taxa de administração, mas não é líquida de impostos (IR e IOF), exceto para os Fundos de Debêntures Incentivadas. Leia sempre o prospecto e o regulamento antes de investir. Fundos de investimento não contam com garantia do administrador, do gestor, de qualquer mecanismo de seguro ou Fundo Garantidor de Crédito - FGC. Para a avaliação da performance de um fundo de investimento, é recomendável a análise de, no mínimo, 12 (doze) meses.